A ferrovia poderá contar com o suporte do Executivo: esta foi a garantia dada por Hugo Espírito Santo, Secretário de Estado das Infraestruturas, no decorrer do evento Portugal Railway Summit, realizado nos dias 21 e 22 de Maio. Abordando as preocupações expressadas pela APEF, o governante garantiu, à Lusa, que serão libertados fundos para promover o setor da ferrovia.

Hugo Espírito Santo colocou o enfoque na «neutralidade carbónica», encarando o transporte ferroviário como um método essencial para atingir tal meta. «O objetivo da neutralidade carbónica continua a ser o grande desiderato e uma das pedras de toque daquilo que é a estratégia para a ferrovia», declarou, lembrando que o plano de investimentos do país «privilegia a ferrovia». Instado a reagir às preocupações da APEF sobre a perda de terreno da ferrovia face à rodovia, o governante deixou garantias.

«O primeiro passo para conseguir que haja transporte ferroviário de mercadorias é haver infraestrutura. É isso que estamos a fazer», respondeu, salientando que o Governo irá «libertar um conjunto de fundos combinados numa anterior resolução de Conselho de Ministros». Na visão do governante, é vital garantir que  é executado «tudo aquilo que nos comprometemos a fazer, há um plano de investimento  ambicioso que privilegia a ferrovia, é uma prioridade para o país a descarbonização dos transportes».

Ao abordar as observações da APEF (associação que representa os operadores de transporte ferroviário de cargas) sobre a descida de -10% no transporte ferroviário de mercadorias (em comparação com os primeiros 4 meses de 2023), Hugo Espírito Santo imputou a responsabilidade aos incentivos públicos feitos, nos últimos anos, à rodovia em detrimento do modo ferroviário, principalmente, constatou, por via da «descida de taxas de portagem nas estradas».