Segundo as projeções do Boletim Económico de Junho de 2024, do Banco de Portugal, as exportações nacionais deverão prosseguir, a bom ritmo, um crescimento robusto no período 2024-2026. O documento agora divulgado refere que as exportações de bens e serviços deverão crescer 4,2% no decorrer do presente ano, 3,7% em 2025 e 3,4% em 2026.
Esta progressão positiva até ao ano de 2026 conta, à cabeça, com o dinamismo do setor do Turismo, que, ano após ano,continua a figurar como a componente mais pujante das exportações, devido a uma favorável conjectura (composta por uma inflação global que torna Portugal um destino turístico mais apetecível - e, refira-se, mais seguro - face a outros países).
A morfologia das exportações nacionais evoluirá, até 2026, para um maior equilíbrio entre bens e serviços, assim espelhando um retorno aos padrões de consumo globais que vigoravam no período pré-pandémico. Esta evolução, desejável, será importante para manter os ganhos de quota de mercado de Portugal. Refira-se ainda que o crescimento das exportações posicionar-se-á em consonância com a procura externa, tendência que deixa antever uma manutenção dos ganhos de mercado.
No Boletim Económico de Junho de 2024 pode ler-se que a procura interna «beneficia da redução da inflação e de condições de financiamento menos restritivas, bem como da implementação de projetos financiados por fundos europeus, acelerando de 1,4% em 2023 para 2,4% em média em 2025–26». As exportações, salienta o documento, prosseguem um trilho de «crescimento dinâmico, de em termos médios, com a aceleração da procura externa e ganhos de quota de mercado a compensarem parcialmente a dissipação do impulso proporcionado pela recuperação pós-pandémica dos serviços».
Refira-se ainda que o investimento cresce em Portugal «refletindo o impacto dos maiores recebimentos de fundos europeus, enquanto o diferencial nas exportações é explicado pela manutenção de ganhos de quota de mercado», pode ler-se no documento. Contudo, ressalva o Banco de Portugal, o crescimento do PIB em 2024–26 é inferior ao observado no período pré-COVID, «refletindo inter alia condições de financiamento mais desfavoráveis e um menor crescimento da procura externa».