Em entrevista concedida ao 'Transportes & Negócios', António Nabo Martins, na condição de presidente da recém-criada Comunidade de Logística Ferroviária (CLF), analisou os propósitos deste novo organismo, oficializado em Janeiro passado, e explorou algumas das perspetivas de atuação com vista à criação de um ecossistema logístico mais holístico, integrando as potencialidades da ferrovia e assim fomentando uma maior interligação com a vizinha Espanha.
«A Comunidade de Logística Ferroviária não é uma comunidade fechada e a transversalidade dos seus elementos constituíntes diz isso mesmo. É uma comunidade aberta a todos», salientou o presidente da CLF, que, recorde-se, representa a APAT.
«queremos colaborar e ajudar o grupo de trabalho que está a fazer o plano de transportes e logística para Portugal. Queremos ajudar a IP a desenhar estratégias futuras para a ligação do modo terrestre e o modo marítimo. Ajudar a ultrapassar sistemas extremamente burocratizados na área ferroviária (...) temos que agilizar todos estes processos, o que não significa passar por cima das questões de Segurança»
«Quem se quer constituir como operador ferroviário tem um processo muito longo pela frente»
Integrar a ferrovia nas cadeias logísticas
O ministro das Infraestruturas quer que os portos sejam dos mais relevantes da Península Ibérica, mas, para que os nossos portos cheguem ao centro da Península Ibérica vamos precisar do comboio, e, se assim é, vamos precisar de infraestruturas para tal. Mas, infelizmente, quando olhamos para o nosso panorama ferroviário, este esgota-se»
«Criar corredores logísticos», focados na comunicação Sines-Leixões e na interligação com Espanha»