Os constrangimentos que assolam o setor da carga aérea em Portugal estiveram na base da realização, no passado dia 5 de Maio, de um fórum que visou lançar as fundações de uma plataforma comum de ação, rumo a novas soluções para problemas antigos.
Apat reuniu vários stakeholders da carga aérea
A Apat, ciente destes problemas e sensível às recorrentes queixas dos vários transitários associados que compõem este ecossistema logístico, tomou as rédeas da criação de um grupo de trabalho, que, aberto àqueles que pretendem contribuir para melhorar os índices de competitividade e eficiência da logística aérea, concentrará esforços na persecução de um objetivo comum: colocar a carga aérea no topo das prioridades e dar-lhe o merecido destaque enquanto fenómeno com inegável peso no PIB nacional.
Nasceu assim, na sequência da reunião inaugural, na sede da Apat, o Fórum de Carga Aérea, cuja missão passa por compilar os constrangimentos (sejam eles de índole técnica, administrativa ou infraestrutural) que obstaculizam o progresso logístico neste segmento, e, a partir daí, traçar estratégias que permitam, junto das autoridades competentes, solucionar tais entraves, salvaguardando precioso tráfego de mercadorias (e a sua segurança) que pode e deve estar a cargo de empresas que compõem o tecido económico português e que tanto contribuem para os fluxos de exportação e importação.
Consciente da condição estrutural e perene dos problemas existentes, este fórum reconhece que só uma ação coordenada e persistente poderá colocá-los no topo da agenda, e, explicados os seus contornos, sejam despoletados os mecanismos necessários à sua resolução. Para tal, será inevitável a colaboração, não só da tutela, como também de todas as entidades envolvidas neste complexo logístico, que, por ser transversal a vários domínios, exige uma concertação de interesses nem sempre fácil de atingir.
Fórum de Carga Aérea: uma nova plataforma comum
O Fórum de Carga Aérea encontra-se aberto ao contributo de todas as empresas e entidades que pretendam fazer parte da solução, tratando-se este um processo sinérgico em que se pretende construir uma nova plataforma de entendimento capaz de tornar as infraestruturas aeroportuárias nacionais mais eficientes, seguras e organizadas e os procedimentos burocráticos mais ágeis e, na medida do possível, mais desmaterializados. Perceber a importância que a carga aérea detém no nosso quotidiano (recorde-se o papel crucial que desempenhou, de forma incansável, durante o pico pandémico) passa, em grande parte, por sensibilizar, quer responsáveis políticos ou governamentais quer as comunidades, sobre as valências e utilidade do transporte aéreo de mercadorias, o seu impacto nos fluxos comerciais e, por arrasto, a forma como tal influencia a viabilidade das empresas e a economia como um todo.
A reunião inaugural contou com a presença de representantes da Arnaud, Emirates, Geocargo, Lufthansa, Pinto Basto, Portway e TAP, tendo sido o ponto de partida para uma nova abordagem face a um persistente problema que não poderá continuar a sê-lo: a carga aérea merece ser preservada, defendida e valorizada. Assim como os stakeholders que nela atuam.