Em causa está a falta de pagamento dos prometidos incentivos promulgados pelo Executivo anterior, incidindo sobre a eletricidade e combustível.
Em declarações recentemente prestadas à TSF, Carlos Vasconcelos, presidente da companhia Medway, mostrou total insatisfação pelo incumprimento das promessas feitas pelo anterior Executivo e deixou em aberto a saída de Portugal, em detrimento do foco na operação em Espanha, país que, garante o administrador, apoia de forma sustentada e coerente o transporte ferroviário de cargas.
Em causa está a falta de pagamento dos prometidos incentivos promulgados pelo Executivo anterior, incidindo sobre a electricidade e combustível. A este incumprimento, denota Carlos Vasconcelos, junta-se o aumento de 22% da taxa de uso da ferrovia, passível de tornar o modelo de negócio menos rentável para os operadores. A possibilidade de abandonar Portugal é real, garantiu o responsável da empresa de transporte ferroviário de mercadorias, que, em 2016, adquiriu a antiga CP Carga.
Ao contrário do que acontece em Portugal, Espanha dá «todo o apoio»
«O grupo está a ponderar, de facto, se vale a pena continuar a operar em Portugal, quando em Espanha tem todo o apoio. A taxa de uso em Portugal na ferrovia foi aumentada 22% este ano e há um discurso que nós sabemos que é uma esquizofrenia permanente deste país e que nos deixa numa situação complicada. Como é que o Governo assume um compromisso, publica uma lei, assume um compromisso com um grande investidor em Portugal e depois não cumpre?», questionou Carlos Vasconcelos.
Para o responsável, este incumprimento «gera um desconforto enorme», levando a companhia que investe a pensar se o seu dinheiro não será melhor aplicado noutros mercados. «Em que raio de país é que eu estou a trabalhar e a investir, em que tenho projetos que ultrapassam os 390.000.000 de euros, o que é que eu estou aqui a fazer?», atirou.
Fonte:
TSF
Foto:
Tipiac
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