X




X

CLF defende expansão do hinterland e criação de corredores logísticos

20 Fev
«Queremos colaborar e ajudar o grupo de trabalho que está a fazer o plano de transportes e logística para Portugal», frisou o presidente da CLF.
Em entrevista concedida a Fernando Gonçalves, diretor da publiação 'Transportes & Negócios', António Nabo Martins, na condição de presidente da recém-criada Comunidade de Logística Ferroviária (CLF), analisou os propósitos deste novo organismo, oficializado em Janeiro passado, e explorou algumas das perspetivas de atuação com vista à criação de um ecossistema logístico mais holístico, integrando as potencialidades da ferrovia e assim fomentando uma maior interligação com a vizinha Espanha.

«A Comunidade de Logística Ferroviária não é uma comunidade fechada e a transversalidade dos seus elementos constituíntes diz isso mesmo. É uma comunidade aberta a todos», salientou o presidente da CLF, que, recorde-se, representa a APAT nesta nova comunidade. Entre os objetivos mais prementes da CLF está a defesa da integração da ferrovia nas cadeias logísticas, em prol de uma maior Intermodalidade: uma prioridade estratégica que também tem vindo a ser insistentemente defendida pela Associação dos Transitários de Portugal (APAT).

«Queremos colaborar e ajudar o grupo de trabalho que está a fazer o plano de transportes e logística para Portugal. Queremos ajudar a Infraestruturas de Portugal (IP) a desenhar estratégias futuras para a ligação do modo terrestre e o modo marítimo. Queremos ajudar a ultrapassar sistemas extremamente burocratizados na área ferroviária (...) temos que agilizar estes processos, o que não significa passar por cima das questões de Segurança», declarou Nabo Martins, lembrando que «quem se quer constituir como operador ferroviário tem um processo muito longo pela frente». A ferrovia, apoiada na criação de corredores logísticos, será crucial para a expansão do hinterland portuário luso.

«O ministro das Infraestruturas afirmou publicamente que pretende que os portos portugueses sejam dos mais relevantes da Península Ibérica, mas, para que os nossos portos cheguem ao centro da Península Ibérica vamos precisar do comboio, e, se assim é, vamos precisar de infraestruturas para tal. Infelizmente, quando olhamos para o nosso panorama ferroviário neste contexto, este esgota-se», ficando por concretizar, explicou António Nabo Martins, uma fluidez logística capaz de projetar o hinterland português para território vizinho.
 
Para tal, frisou o presidente da CLF, será necessário apostar nas potencialidades da ferrovia, apostando-se também na criação de corredores logísticos focados na comunicação através do eixo Sines-Leixões e, por conseguinte, na ligação com Espanha.

Assista à entrevista aqui.
Photo: 
Pixabay | CC0
https://pixabay.com/photos/rail-railroad-railway-rails-track-1603553/
 

Ajude-nos a crescer