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Bruno Silva (Medway): Espaço Ferroviário Único deve ser «grande desígnio»

17 Nov
Bruno Silva, diretor-geral da transportadora ferroviária Medway, fez parte de mesa-redonda 'Transporte, Logística e Eficiência Operacional' que a APAT organizou no passado dia 21 de Outubro, no contexto da sinergia com a Fundação AIP, que desembocou na realização da feira 'Logipack', ocorrida na FIL. O responsável da operadora falou na importância do Espaço Ferroviário Único europeu mas lembrou que o caminho para o alcançar é repleto de transformações e «adaptações constantes» que a legislação não consegue acompanhar.

A importância do Espaço Ferroviário Único

«Temos assistido, nos últimos anos, à tentativa de criar o Espaço Ferroviário Único europeu, que é meritória e deve ser um grande desígnio. Mas o caminho para lá chegarmos assenta em adaptações constantes de regulamentação, que afeta não só a nível operacional como também as tecnologias em uso, o que não permite sequer, ao setor, implementar, seja novos procedimentos seja sejam soluções tecnológicas, pois quando chegamos ao ponto de o fazer, já a solução é obsoleta e já está completamente desatualizada porque a tecnologia já é outra», explicou.

Bruno Silva partilhou a mesa de debate com Manuela Patrício (APL), Pedro Ferreira Queimado (Kronolog Solutions), Joaquim Vale (Santos e Vale) e Bruno Aires (TAP Air Cargo), sob a moderação do presidente da APA, António Nabo Martins. Em análise, os grandes desafios que cada método de transporte de mercadorias enfrentam nos dias que correm, e que soluções no horizonte poderão aportar maiores índices de eficiência, neste caso, à ferrovia. Para o diretor-geral da Medway, urge sincronizar a evolução tecnológica e a respetiva aplicação regulamentar. 

O carrossel de inovações e o timing da regulamentação

«Chegam-nos, agora, sinais bastante positivos, com a nova gestão da Agência Ferroviária Europeia, porque, finalmente, começou a perceber o impacto que estava a ter no setor e traz um compromisso de tentar estabilizar, durante alguns anos, para que possamos fazer uma evolução – talvez não tão rápida como o que se pretenderia – que seja sustentável do ponto de vista económico-financeiro», explicou Bruno Silva, após questão colocada pelo presidente executivo da APAT, também ele um especialista em matérias de ferrovia e transporte ferroviário de cargas.
 
«No fim do dia, temos de conseguir uma solução de transporte que seja competitiva para quem tem carga a transportar de origem a destino; caso contrário, acabamos por contribuir para uma destruição de valor da Economia. Este é o grande desafio que encontramos hoje em dia. Sentimos sinais positivos, pois já existe uma consciencialização; pena é que seja apenas ao fim de vários anos, com base no retorno da experiência e não numa coordenação entre as várias entidades que participam no setor», rematou o responsável da Medway.

Foto: Medway

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