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Trump intensifica guerra comercial e semeia «incerteza» nos mercados

19 Fev
Donald Trump deu o pontapé de saída do que se adivinha ser uma autêntica guerra comercial, com reações que prometem ser igualmente duras por parte dos países visados
Uma das primeiras (e mais controversas) medidas de Donald Trump enquanto presidente dos Estados Unidos da América é uma reedição do arranque do seu mandato prévio: a imposição de tarifas alfandegárias. Depois do primeiro anúncio, poucos dias após tomar posse, Trump deu o pontapé de saída do que se adivinha ser uma autêntica guerra comercial, com reações que prometem ser igualmente duras por parte dos países visados. China, México e Canadá estão na mira do novo presidente dos EUA; aço e alumínio são as matérias mais visadas.

Donald Trump anunciou a aplicação de taxas de 10% a todas as importações chinesas; uma medida que foi prontamente rebatida pelo governo chinês, por via da imposição de tarifas de 10% a 15% aos produtos importados pelos EUA. Para acentuar ainda mais a escalada desta guerra comercial, Donald Trump já deixou clara a intenção de taxar, a 25%, todas as importações de aço e alumínio e não hesitará em retribuir qualquer imposição de tarifas por parte de outros países: uma decisão que muitos analistas consideram de ultra-protecionista.  

A União Europeia também está na mira do recém-eleito presidente dos EUA: o magnata deixou no ar a hipótese de impor novos impostos na relação comercial com Bruxelas, lembrando que a UE não importa «quase nada» de origem americana. Em reação a esta ameaça, Emmanuel Macron, presidente francês, aconselhou Trump a preocupar-se com a preponderância chinesa no Comércio Global. Além disso, lembrou que uma guerra de tarifas com a UE teria consequências nefastas para os EUA, pois «aumentaria os custos e a criariam inflação nos EUA».

Incerteza passa a reinar: teme-se «guerra comercial mais ampla»

Como consequência da política comercial dos EUA, a penalização dos mercados bolsistas e o aumento dos preços do ouro são já indicadores óbvios. O sentimento de incerteza tem alimentado a procura de ativos de refúgio, com o ouro a atingir preços mais elevados. Segundo relata a Euronews, o «sentimento de aversão ao risco pode repercutir-se nos mercados europeus à medida que a guerra comercial se alarga. Recorde-se, por exemplo, que a Alemanha, um dos mais potentes motores económicos da UE, é um grande exportador de aço para os EUA. 

Kyle Rodd, analista de mercado sénior da Capital.com, sedida na Austrália, explicou, à Euronews, que, mais do que a imposição de tarifas sob os produtos ou matérias-primas, é a incerteza provocada pela postura de Donald Trump que gera uma maior cautela e retração. «O medo que paira nos mercados é o de uma guerra comercial global muito mais ampla, que teria impactos económicos muito mais significativos. Isso está a manter os participantes do mercado no limite», comentou Kyle Rodd.

Photo:
Autor Gage Skidmore from Surprise, AZ, United States of America
https://www.flickr.com/photos/gageskidmore/53807946692/

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