«Quando estamos a passar o testemunho, devemos tentar eliminar todos os focos de espera», comentou, na Logipack, o fundador da Kronolog Solutions, Pedro Queimado.
Pedro Ferreira Queimado foi um dos oradores em destaque na mesa-redonda 'Transportes, Logística e Eficiência Operacional', no âmbito do evento Logipack, que teve lugar na FIL, no passado dia 21 de Outubro. Instado a perspetivar, do ponto de vista da filosofia lean, como atacar o desafio do desperdício no processo logístico, o fundador da Kronolog Solutions explicou a sua abordagem ao puzzle da eficiência operacional.
«Gosto de olhar para os desafios logísticos numa óptica lean e olhar para onde é que poderão existir desperdícios. Nós contabilizamos que existem 7+1 desperdícios, entre eles temos: o transporte, a movimentação e a espera. Estes são os principais focos que podem ser atacados», começou por explicar, após questão colocada pelo moderador do debate, António Nabo Martins (presidente executivo da APAT).
A mesa-redonda, organizada pela APAT na sequência da sinergia com a Fundação AIP, contou ainda com os participantes Bruno Silva (Medway), Manuela Patrício (APL), Joaquim Vale (Santos e Vale) e Bruno Aires (TAP Air Cargo). Pedro Ferreira Queimado contribuiu para o debate pelo prisma da maximização de recursos e eliminação de redundâncias e corte de custos, convergindo com Joaquim Vale na utilidade dos Duo Trailers.
Desmontar o quebra-cabeças da eficiência operacional
Como começar o quebra-cabeças da eficiência operacional e corte de custos? «No transporte, através da optimização de rotas, transportando menos vezes mas maiores volumes de carga. Ainda recentemente algo que ouvi repetidamente um lema bastante famoso que diz: o quilómetro mais eficiente é aquele que não fazemos. Se optimizarmos rotas, optimizamos cargas; só lá vamos as vezes que forem necessárias, cortando desperdícios e aumentando a carga transportada por unidade rebocadora», declarou o fundador da Krnonolog Solutions.
«A lei ainda não permite, em Portugal, o Duo Trailer, mas é uma solução que vai diminuir o custo de tonelada transportada por quilómetro e vai reduzir as toneladas de CO2 emitidas por quilómetro percorrido», aprofundou. «Outro desafio no ataque aos desperdícios é a deslocação sem carga, retornos em vazio e o 'transporte de ar'. Se conseguirmos ter os dois percursos completamente cheios, vamos transportar mais: custo dispendido - por carga transportada - vai diminuir face à média total», prosseguiu Pedro Ferreira Queimado.
«Depois, a espera: a coordenação entre os diferentes meios de transporte. Aqui entra o Transitário, que faz a coordenação entre todos os meios. Devemos encarar esta fase como uma corrida de estafetas. Quando estamos a passar o testemunho, não há tempos de espera e a coordenação é perfeita. Se conseguirmos aplicar esta visão a uma coordenação multimodal sem tempos de espera para buscar a carga num aeroporto ou num porto, ou na entrega na última milha, conseguimos reduzir ao máximo a espera», rematou.