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«Guerra de preços»: operadoras marítimas enfrentam «tempestade» em 2023

20 Fev
​De acordo com os especialistas, o universo do transporte marítimo contentorizado vive uma «guerra de preços»: segundo a consultora nórdica Sea-Intelligence, a decisão, por parte das grandes operadoras marítimas, de não reduzir capacidades em consonância com a queda da procura (registada nos últimos 6 meses) pode ser explicada pelo facto de os players terem entrado em uma «guerra de preços». 

De acordo com o mais recente relatório da Sea-Intelligence, «a decisão de permitir a persistência de um excesso de capacidade é igualmente uma decisão de permitir a queda das taxas de frete. Tal escolha tem um nome: guerra de preços». Também a consultora britânica Drewry analisou o cenário, corroborando tal perspectiva: as transportadoras inverteram o rumo, demonstrando «um instinto de preservação dos volumes» e «baixa de preços» com o intuito de «assegurarem reservas de curto prazo». Segundo Simon Heaney, da consultora global, tal corte de preços significará que, tanto as taxas de frete contentorizado como os lucros, cairão para índices pré-pandemia. Se em 2022 os lucros reportados pelas companhias marítimas atingiram os 290 mil milhões de dólares, em 2023 não ultrapassarão os 15 mil milhões.

Recorde-se que os ganhos das grandes operadoras marítimas dispararam na sequência do período pandémico, com várias companhias globais do top-10 mundial a registarem lucros sem precedentes. «As transportadoras não têm alternativa, à medida que uma guerra de preços se aproxima, quer estas queiram quer não», alertou Hua Joo Tan, fundador da consultora asiática Linerlytica. «Estamos perante uma tempestade perfeita de excesso de oferta, colapso da procura e uma falta de vontade ou de capacidade das principais operadoras em abandonar o mercado», explicou o especialista, lembrando que a descida do valor do frete prossegue há já seis meses.

Fonte: Splash 247
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