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«A vida do transitário não tem dois dias iguais»

08 Mar
«A vida do transitário não tem dois dias iguais. Sem qualquer aviso dá-se uma nova disrupção e somos forçados a encontrar a melhor alternativa», comentou António Nabo Martins, presidente da APAT, à Supply Chain Magazine.
Em declarações prestadas à publicação Supply Chain Magazine, o presidente executivo da APAT, António Nabo Martins, analisou o atual momento de instabilidade que se vive na região do Mar Vermelho e que continua, desde a reta final de 2023, a afetar fortemente o transporte marítimo de mercadorias, e, por consequência, grande parte da cadeia logística global. Para o especialista em Logística, trata-se de uma nova situação disruptiva com a qual os Transitários já estão habituados a lidar. 

Vida de transitário «não tem dois dias iguais»: adaptação constante é o lema

«A vida do transitário não tem dois dias iguais. Sem qualquer aviso dá-se uma nova disrupção e lá somos forçados, novamente, a encontrar a melhor alternativa», comentou António Nabo Martins, alertando para uma premente necessidade de aposta em políticas de logística preventiva como trunfo para lidar com tamanhas disrupções globais. «Ultimamente temos falado bastante de uma logística preventiva, ou seja, do ato de planeamento e antecipação que permita perceber de que forma podemos arquitetar planos B, alternativos à normalidade das cadeias logísticas», vincou, explicando que a APAT vem-se desdobrando em esforços para a consciencialização do setor, em torno deste tipo de resposta, que obriga a uma restruturação da forma como as empresas encaram o dia-a-dia.

Incerteza no Mar Vermelho: Ferrovia pode ser parte da solução

Com a guerra a minar o Médio Oriente e a instabilidade vivida no Mar Vermelho, o famoso Canal do Suez vê a sua crucial utilidade afetada e o transporte marítimo de mercadorias é diretamente prejudicado. Como contornar este problema? «As alternativas que existem são conhecidas e todas elas possuem tempos de trânsito maiores. Esta situação faz aumentar os custos, mas, no entanto, o transporte marítimo ainda é o que apresenta custos mais competitivos para esta tipologia de carga», explicou o presidente executivo da APAT. No horizonte poderá estar, adiantou, um incremento significativo da aposta na ferrovia como forma de 'fintar' o problema. 

«Eu prevejo que o transporte internacional por via ferroviária, pelo menos na Europa, possa vir a ter um aumento exponencial: em primeiro lugar porque falamos de um modo de transporte muito sustentável, e, em segundo lugar, porque, na Europa, temos alguns armadores a apostar seriamente na ferrovia. Pena é que a União Europeia, com a sua veia de reguladora nata, não entenda que este negócio precisa muito mais de ações concretas do que apenas de regulação», concluiu o responsável da APAT.


Foto: APS | Porto de Sines

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