Intermodalidade é aposta chave do Futuro; APAT dinamiza a criação da Comunidade de Logística Ferroviária.
Ecos da
entrevista de Joaquim Pocinho, presidente da direção da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), ao 'Jornal de Leiria': o líder da associação para o triénio 2024-2026 deixou claro que a aposta na Intermodalidade e nas potencialidades da ferrovia é um imperativo da associação. Para tal, um dos primeiros passos passa pela criação da Comunidade de Logística Ferroviária, adiantou Joaquim Pocinho ao diário regional.
Investimento ferroviário e aposta na Intermodalidade
Instado a analisar o processo da Transição Energética, o presidente da direção da APAT foi taxativo: é urgente encarar a solução ferroviária como essencial para a Intermodalidade, integrando-a numa perspetiva holística do panorama logístico. «A ferrovia actualmente está na moda. Está na moda porque, finalmente, percebeu-se ou mudou-se o discurso de que estamos perante um modo de transporte ambientalmente e socialmente mais sustentável e que, quando bem gerido e explorado, é também interessante financeiramente», começou por dizer Joaquim Pocinho.
Agora que os governos nacionais voltaram a encarar a ferrovia com preponderância, canalizando investimentos para o setor, é necessário que a aposta na Intermodalidade seja também uma realidade paralela e integrada na perspetiva logística nacional, preconizada pelo Executivo. «O País voltou a investir na ferrovia, mas nós, transitários, só conseguimos transportar as nossas mercadorias se tivermos outras condições que não apenas as boas infraestruturas», vincou o presidente da APAT. «Quando consultamos o PNI 2030 só existe uma página dedicada às mercadorias e nela apenas encontramos quatro fotografias. Nada mais. Entendemos que é preciso apostar em intermodalidade», reforçou Joaquim Pocinho.
É urgente agregar carga e sintonizar os vários meios de transporte
Para o novo presidente, «são precisas políticas públicas que apostem na dinamização da intermodalidade, agregando e compatibilizando os vários modos de transporte enquanto, simultaneamente, se minimizam custos e se aumenta a competitividade. Para isso, precisamos, igualmente, de plataformas rodo-ferroviária e de portos secos devidamente localizados, que sejam agregadores de carga, pilares de desenvolvimento regional e, por consequência, elementos centrais para a coesão territorial», explicou Joaquim Pocinho, que, em Abril, sucedeu a Paulo Paiva no cargo.
APAT dinamiza criação da Comunidade de Logística Ferroviária
A criação da Comunidade de Logística Ferroviária pretende «reunir todos os intervenientes do ecossistema ferroviário, com o foco na carga, nas plataformas e na criação e corredores logísticos de base ferroviária, sempre apoiados na rede rodoviária existente». Desta forma agregadora, defende, «será possível aumentar a quota do transporte ferroviário». Em uníssono, o setor pretende «aindicar estratégias a implementar, nomeadamente, conciliando e harmonizando a rodovia, a ferrovia, os transportes marítimo e aéreo, utilizando hubs de carga onde esta pode ser movimentada entre os vários modos, mas também onde todas as entidades participarão no desenvolvimento da fluidez das cargas», finalizou.
Leia a entrevista na íntegra
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