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Portugal deve apostar em rede estratégica de hub rodoferroviários de cargas

27 Fev
Para Nabo Martins, a aposta em terminais rodoferroviários é vital para a promoção da Intermodalidade, mas a sua alocação deve respeitar um plano estratégico que não seja redundante em termos geográficos.
Em entrevista à publicação 'Transportes & Negócios', o presidente executivo da Associação dos Transitários (APAT), que em Janeiro passado, e em representação da própria APAT, foi eleito presidente da recém-criada Comunidade de Logística Ferroviária (CLF), analisou o plano estratégico para a implementação de terminais em Portugal, alertando que os fundos do PRR devem ser investidos com critério logístico adequado a uma perspetiva integrada e que permita uma eficiente cobertura do território sem «desperdício de recursos».

Para Nabo Martins, a aposta em terminais rodoferroviários é essencial para a promoção da Intermodalidade, mas a sua alocação deve respeitar um plano estratégico que não seja redundante em termos geográficos e que não acabe, assim, a ter resultados contraproducentes. «Os terminais rodoferroviários devem ser projetos para servir as regiões, e não determinadas cidades, vilas ou aldeias. Não podemos fazer um terminal a cada 10 km; não terão utilidade», alertou, vincando que «reduzir a distância entre terminais» não é a melhor resposta pois leva a «desperdício de recursos».

O presidente da APAT e da CLF alerta para a necessidade de «uma estratégia nacional para uma boa aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência» que promova a instalação de terminais rodoferroviários de uma forma articulada e complementar, agregando os diferentes métodos de transporte de mercadorias e atraindo, assim, novos negócios para as regiões. O caso de sucesso de Saragoça foi um dos realçados por António Nabo Martins durante a entrevista: um exemplo que deverá ser seguido em Portugal, vincou.

«Os nossos vizinhos ibéricos estão a construir plataformas onde eles de facto fazem falta, onde de facto alteram todo o ecossistema logístico e passa a ser, até, o próprio núcleo desse ecossistema, atraíndo empresas à sua volta», comentou o presidente executivo da APAT e presidente da CLF. Saragoça tornou-se «um núcleo logístico rodo-ferroviário e marítimo», competindo com tráfegos outrora apenas captados por Madrid. «É isso que também temos de tentar fazer em Portugal», atirou. «Na prática, trata-se de criar um hub rodo-ferroviário de mercadorias», completou.

Veja a entrevista na íntegra aqui.
 

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